Inseguranças, descobertas e vícios, envolvidos por uma sensualidade atípica, pautam a discografia de Tove Lo, assim como são a base da série estadunidense “Euphoria”. Não é difícil, então, se surpreender com o fato de a cantora, considerada “a mulher mais triste da Suécia”, amar a história há anos e ter sido escolhida para integrar a trilha sonora: o programa é a obra da artista em formato televisivo.
“Euphoria” retrata temas pesados, acompanhados de luzes neon, cores e festas. De certa forma, o mesmo acontece com o pop sueco “dance crying” de ABBA, Icona Pop e outros, em que produções ideais para as pistas de dança complementam letras tristes. Com Tove, não é diferente.
“How Long” marca o primeiro lançamento solo da artista desde o Sunshine Kitty (Paw Prints Edition), de 2020. Surpreendentemente, a sonoridade do novo single se afasta do último trabalho e conversa com o blue lips (2017), trazendo a mesma atmosfera synth-pop sincera e vulnerável de canções como “cycles” e “bad days”.
As batidas pulsantes de “NDA”, de Billie Eilish, também estão na faixa, e há, ainda, uma semelhança inusitada: a curta intro parece ter saído do instrumental de “Baile de Favela”, de MC João, com alguns internautas até confundindo as duas canções no início.
“‘How Long’ fala de amor, traição e negação”, explica Lo. Na letra, ela desabafa sobre ser trocada por outra mulher, enquanto ressalta os erros do antigo parceiro. A temática foi explorada pela sueca diversas vezes, mas ganhou uma roupagem diferente, com foco nas ações e sentimentos alheios.
“Você me dá promessas vazias de amor/ Você é um homem honesto quando está bêbado/ Queria nunca ter te perguntado, mas está me matando imaginar”.
“Eu não posso simplesmente escrever um álbum inteiro sobre amor”, já tinha adiantado a artista em entrevista ao HOLLYWOOD Reporter, a respeito da influência de estar casada e feliz em sua música. Comprovando isso, “How Long” exalta a naturalidade de Tove ao explorar as partes sombrias de uma relação e acalma aqueles que não queriam deixar de ouvir hinos dançantes e, simultaneamente, dolorosos da sueca.
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