De volta ao Brasil pela quinta vez, o Imagine Dragons enfrentou numericamente o maior público já recebido no Allianz Parque na última terça-feira. Ainda com passagens por Curitiba e Rio de Janeiro, o quarteto apresenta sua Mercury Tour mesclando bem músicas novas com antigos sucessos que o fez manter uma legião de fãs no Brasil.
Após 4 meses de atraso para a apresentação acontecer devido a uma hemorragia na garganta pelo vocalista Dan Reynolds, o show que era para acontecer em outubro de 2023 finalmente ganhou vida em plena terça-feira em São Paulo. Mas antes, o ato de abertura ficou a cargo do duo OutroEu, assumidos fãs da banda, que esquentaram o público com músicas conhecidas de seu repertório, novidades, e até um alienígena simpático roubando a cena em um dos cantos do palco.
Apensar da tarde chuvosa daquele dia, no momento que Dan e companhia entraram ao palco o céu estava limpo e todos seguros de que não cairia uma gota sequer do céu (mas talvez sim dos olhos de alguns dos fãs mais aficionados). A apresentação é de tirar o fôlego do início ao fim, com direito a muito papel picado, canhões de fumaça e uma plateia inteira dedicada a cantar toda música em plenos pulmões.
Apesar do início intimista, apenas com Dan no palco cantando “My Life”, logo as coisas mudam de figura quando os demais integrantes tomam seus postos e “Believer” é a primeira injeção de endorfina é recebida e logo foi emendada por um dos primeiros sucessos da banda, “It’s Time”. O primeiro ato ainda teve “I’m So Sorry”, música que sequer foi single do Smoke + Mirrors, álbuns que menos compôs a setlist do show, seguida do hit “Thunder”.
Todo ato foi antecedido por uma interlude um tanto quanto longa que se conectava às demais, porém sem uma narrativa clara que deixasse sua marca à proposta da turnê. Ainda assim, foram ótimas para todos, público e banda, recuperarem o fôlego.
Apesar de esperar o mesmo do ato acústico, os fãs brasileiros foram surpreendidos pela inclusão de “Amsterdam” e “Wrecked”, do primeiro e último álbum da banda, respectivamente, músicas estas que não constavam em setlists prévias. Com a banda inteira tocando do meio da passarela, o ato teve final catártico, quando Dan Reynolds decidiu descer até o público em “I Bet My Life” (apesar de não ter sido o maior acerto do mundo executar essa música numa roupagem mais acústica).
A segunda metade do show contou com chuva de hits, desde os mais novos, como “Enemy” (de longe a música cantada mais alto pelo público) e “Radioactive”, agora sem as firulas que toda performance da música tinha em turnês anteriores, com minutos apenas de percussão e fomentando um clima, apesar de apoteótico, cansativo.
O baixista Ben Mckee, como sempre, estava simpático no palco sem o menor esforço, enquanto o baterista Daniel Platzman parecia estar se divertindo com o público com seu jeito descontraído. Já o guitarrista Daniel Wayne Sermon foi o que mais cativou o público com seus solos e instrumentos dourados, como de costume. Por mais de uma vez, o vocalista Dan Reynolds deixou evidente seu contentamento por estar no Brasil novamente e não saiu do palco em nenhum momento, inclusive nas interludes.
Apesar de, em tese, a turnê ser focada no novo álbum do Imagine Dragons, os momentos mais fortes do show foram durante as 10 músicas executadas do Night Visions e Evolve, maiores sucessos comerciais da banda. Eles tem como trunfo um front man carismático e apaixonado pelo que faz, engajado em pautas atuais e importantes, e o mais importante, o que sabe o que o seu público quer ver. Todo show do Imagine Dragons é uma experiência para se divertir e cantar junto com a banda e com a Mercury Tour não foi diferente. Já estamos prontos para a próxima!
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