Bryan Behr reflete sobre "DEJAVU" em entrevista: "é um disco que me curou"!

DEJAVU, o mais recente álbum de Bryan Behr tem encantado o público com um som moderno e versátil que reflete toda a transformação que o artista passou nos últimos anos, quando viu sua carreira começar a decolar e precisou se mudar de uma cidade pequena no Sul do país para viver em uma grande metrópole como São Paulo. O resultado é um trabalho autêntico e ambicioso que o artista afirma que sempre quis fazer. Com tanta coisa legal acontecendo, batemos um papo com o cantor sobre o projeto e essa nova fase da carreira. Venha conferir!

Esse terceiro álbum autoral mostra toda a essência de Bryan Behr e suas vertentes. Diferente dos anteriores, DEJAVU  teve o tempo realmente necessário para existir. Foram quase três anos trabalhando nele, fazendo com que o artista pudesse explorar coisas que não havia explorado antes. "É um disco mais maduro justamente por esse processo criativo, com um Bryan sem muito medo de errar, sabe? Tem músicas que as pessoas já estão acostumadas, com aquela energia voz e violão, mas tem outro Bryan que sempre quis aparecer um pouco mais. Então, é um disco muito emocionante.", afirma o cantor com brilho nos olhos.

Grande parte do disco vem inspirado por sua mudança para São Paulo, onde se encontrou com novas inspirações, se reinventando e se reconectando com seu eu de uma maneira diferente. "Ou você fica doido ou você grava um disco, né?", brinca ele. "E aí eu gravei um disco, mas fiquei um pouco maluco também no meio do processo também.", completa.

Fica nítida a importância e o significado que DEJAVU tem na vida de Bryan. "É um disco que me curou, fez eu me encontrar num momento que eu precisava muito. Lá em 2021, eu estava em um hotel no Rio de Janeiro e eu me olhei no espelho e falei 'cara, preciso gravar um disco novo, um disco que faça sentido com as coisas que eu acredito e que seja produzido de um jeito que eu ame'.", conta ele.

Inclusive, é a primeira vez que Bryan Behr assina a produção de um de seus álbuns. Ele também contou com a parceria do grande produtor Paul Ralphes e de seu amigo e produtor Davi Carturani, numa produção à seis mãos. Ao todo, eles trabalharam em 12 faixas que falam sobre vivências como amor, paixão, vida, despedidas, nostalgia, arrependimentos, sempre tendo a ótica do tempo como fio condutor.

"Eu acho que os processos também fizeram com que esse disco fosse diferente de tudo que eu já criei. Eu tava olhando pras músicas e me perguntando o que essas músicas queriam, não o que eu queria dessas músicas. E acho que isso fez muita diferença. Criou um disco muito rico, com músicas introspectivas, acompanhadas de um instrumento só, enquanto outras faixas são super dinâmicas, com vários instrumentos e várias ideias".

Como exemplo, a faixa que abre e dá nome ao disco não possui violão, algo que naturalmente era marca registrada do Bryan nos últimos trabalhos. Ela possui influências bem frescas do rock oitentista e setentista. Essa foi uma das últimas a entrar no álbum e foi ela que amarrou todo o conceito.

"Eu estava ouvindo o disco ainda sem nome com um amigo, Flavio Ferrari. E aí ele falou: 'Cara, você percebeu que todas as músicas falam sobre tempo?'. Então, comecei a reouvir o disco várias vezes e eu percebi que, às vezes, a música falava de tempo através da paixão, do amor, crises existenciais, de despedidas, mas todas as músicas falavam sobre tempo. E eu passei três dias sem dormir, assistindo Dark, e aquilo mexeu com a minha cabeça, essa coisa temporal. E eu lembro que eu acabei de assistir a série e eu estava saindo pra um compromisso, mas que precisava colocar ela pra fora antes. Eu sentei no piano e a música Deja Vu nasceu em cinco minutos", conta.

Essa espontaneidade brilha do início ao fim, seja com a sonoridade inspirada nos anos 80, nas referências mais contemporâneas ou no seu tradicional violão e voz. Muitas soam até como uma canção amiga, maneira que Bryan se refere às músicas que cativam tanto que parece que você já até conhecia antes. "Tem músicas que eu olho hoje e eu não acredito que eu escrevi, me lembrando até algumas faixas de cantores que eu admiro muito.", complementa ele.

E se você se pergunta sobre quais são essas inspirações, Bryan Behr nos contou: Jorge Drexler sempre o inspirou muito, e nesse trabalho não foi diferente. De novidade, ele bebeu muito do rock and roll, como Whitesnake, Nazareth e Bad Company, o que trouxe uma energia diferente e contagiante para o projeto, justamente por todo esse novo som, que mesmo não tornando o disco em algo 100% guitarrístico, ainda traz mais guitarras do que o comum em sua discografia.

E com tantas experimentações, é natural que inseguranças possam aparecer ao longo do caminho. Sua parceria com Duda Beat, "Azul", por exemplo, quase que não foi gravada. "Teve, Azul, eu quase não gravei, A gente fez 10 arranjos pra ela e eu não me identificava. Até chegar uma hora em que o Paul, um gênio, olhou pra mim e falou: 'Bryan, eu acho que você precisa se identificar mais com a música, tocar mais instrumentos e mergulhar um pouco pra se sentir mais perto dela. E aí foi o que a gente fez. Fui pra casa do Davi e rearranjamos tudo. E aí fez sentido. Chamamos a Duda e ela também se identificou, mas precisou de 10 arranjos pra que ela fosse pro disco", relembra ele.

Ao todo foram 60 músicas para chegar no corte final de 12 faixas no tracklist, então cada escolha foi muito bem pensada em cada detalhe. Todas foram feitas no mesmo período para vibrarem na mesma frequência. A única que não ficou de fora e já estava engavetada por mais tempo é "O Amor e o Tempo". Segundo o cantor, independente de quando ela foi feita, seu destino era esta ali. "Ela é uma das músicas mais lindas que eu já escrevi. Eu a escrevi com o Davi Carturani e com a Ana Laura Ely e foi uma coisa arrebatadora, não tinha como não estar", reflete.

É justamente o fato de Bryan Behr ser guiado pelo coração em sua carreira que o presenteou com tantas músicas especiais e tantas conquistas inesquecíveis, incluindo reconhecimento pelo Grammy Latino, hit viral, música em novela e muito mais. E mesmo assim, DEJA VU era algo necessário para sua jornada: "Eu precisava muito me encontrar mais uma vez criando música, e foi o que eu consegui acessar através dele: um lugar de criação muito legal, leve, divertido e verdadeiro".

O artista ainda olha para o futuro de forma muito positiva, com varias coisas que ainda deseja realizar, como uma grande turnê nacional, mas a música sempre vem em primeiro lugar: "Eu sinto que todos os momentos mais felizes da minha vida, eu estava ali agarrado com alguma coisa, ou arranjando um disco, ou escrevendo uma música, eu acho que é isso que faz eu me sentir vivo. Isso faz com que eu sinta de alguma forma fazendo parte de uma coisa maior, que conecta várias outras pessoas".

Por fim, ele reflete e finaliza: "Algo que às vezes explode na minha cabeça é saber que existem músicas que não vão existir se eu não criar, sabe? Eu acho que várias portas incríveis se abriram na minha vida por eu ter sido verdadeiro na hora de criar. Eu quero só passar o maior tempo possível criando música, pintando quadros, escrevendo, eu acho que isso faz com que a gente participe de uma coisa muito maior e faça com que a gente encontre um sentido na nossa vida também".

A nova era DEJAVU já vem unindo e emocionando uma legião de fãs com sua sensibilidade. E é justamente esse o objetivo: que o disco entre na vida das pessoas e se torne algo ainda maior. "A gente merece ouvir músicas que façam a gente se conectar com a gente de novo, sabe? Porque esse disco fez isso comigo, eu acho que vai fazer isso com muitas outras pessoas também", diz Bryan.

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